Com a minha ânsia de soldado
Criei uma guerra no corpo
Interminável
Um combate dialéctico entre mim
E o que a mim se colou com o tempo
Revoltei já a fome e os olhos
Vou subvertendo os pulmões e o cérebro
Por vezes penso pôr um fim como objectivo
Esta minha guerra esta minha revolta
A eternidade dos sentidos
A morte morte morte lutar contra o que está fora
Cá dentro quero estar apenas eu
Nego todo o mundo todas as invasões físicas
Estou pronto para abater as minhas mãos a minha língua
Sei que um dia abandonarei os meus pés gastos
Os meus passos lentos de soldado sem vista
Sem volta
A tortura que obriga a fome a ser fome
A minha cara ficará sem expressão
O meu corpo invisível
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