Pedro Fiuza nasceu em mil novecentos e oitenta. Ainda é cedo para qualquer nota biográfica.

texto 4

Quando ficar com os olhos dos outros dentro de mim

Marcadamente despidos os olhos invioláveis da castração

Se percorrerem caminhos simulacros de muitas vidas

As imensas formas respiradas de desperdício um acordar

Não será medo o conceito que surgirá nestas mãos

Um acordar a explosão violenta do corpo enquanto espasmo

O movimento anulador da linguagem do horror da linguagem

O gesto vivo do fumo presente nos aglomerados do espectáculo

A angústia que circula medíocre nos antros circenses

Os antros a imensidão da vulnerabilidade reprimida

Nada faz sentido a forma foi-se a repetição e o dejecto

Nada é mais do que a construção lenta da própria morte

Então também o que sinto se aproxima do extermínio

A absolutização do vazio deste corpo que revolta as coisas

Quando me rir como certos astros desconexos de vontade

Quando encontrar em mim a salvação da minha carne

Mundo mulheres vereis o meu rosto de desolação

Esfaquear o vosso crânio com imagem absoluta do amor

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