Pedro Fiuza nasceu em mil novecentos e oitenta. Ainda é cedo para qualquer nota biográfica.

texto 15

E é um tempo de fascínio e um tempo de paz. São as vozes resolutas. É o início do mundo. É um tudo, meu amor, é um tudo. É um tudo sem regresso conhecido. É um corpo que voa no seu sonho aéreo. E nada mais importa para o tempo que se sente. E nada mais importa para o momento em que se vive. Nada mais. Existe um sentido que atravessa o teu rosto iluminado na noite, é a boca a beber o teu rosto iluminado, a boca que pede o alimento eterno. Sim, insisto em amar-te sem qualquer limite, insisto no fim das prisões mentais que afligem o mundo, insisto em amar-te pura, perfeita, porque és luz, luz e silêncio. Amo secretamente o teu silêncio musical. Durmo com ele todas as noites de frio e a solidão não me visita. E já agora, também sei que há monstros que habitam no meu olhar, monstros invisíveis, fantasmas infantis. Sabes o que lhes digo? Que tenho um anjo que me salva do lado escuro das coisas, com as suas asas gigantes de papel, feitas com as suas próprias mãos, presas aos seus ombros e sobre as suas costas. É assim que te vejo, meu amor, imagina o segundo primeiro do universo com toda a sua intensidade condensada num só ponto, mágico e absoluto, tantas vezes irreal ou impossível de compreender. Porque tu és o instante em que a vida começa e acaba. Porque tu és o instante em que a vida se resolve. Porque tu és. Porque eu sou. Porque nós somos. E eu quero dar-te flores e palavras flores e lágrimas flores e risos flores e momentos flores e sinto-me uma criança que grita o seu amor inocente pelos cantos do mundo como se fosse uma bandeira. Amo-te. Mais. Amo-te. Ainda mais. Amo-te. E amo-te. E volto a amar-te. E amo-te outra vez. Todas. Sempre.

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